Faz um tempinho desde que escrevi da última vez. O curioso desse tempo todo em que não escrevi é que eu tenho tido tempo, mas ao mesmo tempo não tenho tido tempo. Hoje a Luiza faz 3 meses, e quanta coisa aconteceu! Se bem me lembro da última vez que escrevi ela mal ficava sentada, já que ela gosta de ficar sentada desde que saiu da maternidade. Ela ainda não ria, não interagia muito, mas já ficava acordada quase que o dia todo. Hoje a coisa mais difícil que tem com ela é fazer essa menina dormir! É sério, ela sabe que ela tem tanto pra fazer nessa vida, tanto pra aprender, tanta coisa legal pra fazer, tantas pessoas e lugares para conhecer, que aparentemente ela não quer perder um segundinho se quer disso tudo. A gente costuma a dizer aqui no barraco que ela briga com o sono, e ganha! Ganha mesmo! Não raro temos que "brigar" com ela pra ela dormir. Da mesma forma que eu e a Lari, ela é uma mini-pessoa diferente da média. De todos os bebês com idades parecidas que temos contato, e são uma bela meia dúzia, ela é a que mais gosta de passear, conversar, dormir de noite sem precisar ser "dopada", ficar acordada o dia inteiro se deixar, e por aí vai! É difícil acreditar que ela tem só três meses!
Eu nunca me iludi achando que seria fácil criar uma criança, especialmente nessa idade, mas tem sido um desafio interessante a cada dia que passa. Como ela nunca sentiu cólica, que não é necessariamente dor de barriga, ela é muito calma, mas ela tem que passar algumas barreiras. A mais complicada até agora começou no último mês quando ela tomou 4 vacinas ao mesmo tempo e depois emendou com a famosa crise dos três meses. Esse mês foi o grande desafio, ela chorou um pouco mais, mamou diferente, dormiu com mais dificuldade. Mas em compensação ela riu mais, interagiu mais, cresceu mais, nos encantou mais, enfim, é complicado entender como em apenas três meses ela progrediu tão rápido em tantas esferas! E isso é só o começo! O mais legal disso tudo é que ela não está dependente somente da mãe, ela é muito agarrada a mim também! Normalmente as crianças com essa idade não sentem muito a presença da terceira pessoa do pai. Ela sente e muito! Na primeira semana que eu voltei pra escola, eu passei o dia inteiro com ela, dei banho nela antes de sair, e quando eu voltei pra casa ela estava me esperando acordadíssima! Segundo a Lari ela chorou o tempo todo, e quando eu cheguei ela acalmou! Seria de se estranhar que, à pesar de ser meio ogro e sem jeito, eu consigo acalma-la, mas na atual conjuntura das coisas é a coisa mais aceitável possível.
Quando eu fui pra missão eu costumava dizer que não estava pronto pra servir missão. Quando eu voltei pra casa eu me dei conta que fiquei pronto nos últimos meses. Quando a gente descobriu a gravidez eu achei que ainda não estava pronto. Um ano depois eu ainda acho que não estou pronto pra ser pai, amigo, confidente e exemplo pra minha filha.
Alguém aí tem alguma ideia de quando a gente fica pronto pra esse tipo de coisa?