quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sabe o que eu descobri?

Caraca! Que meses complicados esses dois últimos, contando com esses 17 dias de Maio. Tanta coisa aconteceu aqui no barraco que até me perco um pouco.Acaba o Seguro Desespero, começa o REAL desespero; Luiza com DRGE tomando remédio de adulto além de ser o olho da cara, NAN, banana; viagem pro Rio depois de 4 longos anos, Luiza engasgada; conhecer um sobrinho que é a cara do meu irmão mas é tão jaguara que eu pensei que fosse meu filho, Luiza viaja de avião e adora; rejeições de empregos, dores de cabeça; noites muito mal dormidas; House vai acabar; problemas com as crianças na igreja; Luiza ri quando eu chego em casa; desanimei do curso de Rh por que além de cair na real que não é minha área, os professores não ensinam nada que vale à pena, nem sempre por culpa própria; mais rejeições de emprego; desânimo total; quando tudo dá errado cai do céu, sim literalmente, um emprego que me tira do poço; meu sogro fica mal de novo; começo no novo emprego; mais decepções na escola; Luiza cada vez mais risonha e safada, sentando sozinha no carrinho; finalmente casou meu último irmão de mãe diferente.... Ufa! Isso é o que eu consigo me lembrar rapidamente. Mas sabe o que eu descobri? Nada nessa vida tem preço. As vezes as coisas parecem ter preço, mas isso é invenção da cabeça do bicho homem. Vou tentar explicar com fatos.
Vivo reclamando que não tenho amigos na Cidade Cinzenta. Errado. Por causa de um casal de amigos o trabalho caiu do céu, sim de novo afirmo que foi literalmente do céu. Não tem preço a minha gratidão a eles, e nem explicação a cara de felicidade dos dois quando eles conseguiram me ajudar. Posso não ter os meus melhores amigos de adolescência do meu lado, mas os da vida adulta são tão bons quanto. Ver a evolução da minha filha: Sem preço!À pesar de algumas vezes eu estar cansado, e outras sem paciência mesmo, eu geralmente faço ela dormir, ou faço alguma coisa pra ajudar a Lari. Hoje faziam dois dias que eu não a via, quando ela entendeu que era eu... Sem palavras. Passar um tempinho com a "D. Maria", mesmo ela reclamando que eu não dou muita atenção pra ela, não tem preço. Ver o time que eu torço ganhar: não tem preço. Aprender a jogar truco e de cara já passar o facão: não tem preço. Por aí vai.
Não sei pra você que tá lendo isso, mas repetidamente sinto que muita coisa na vida tem um preço por bobeira! A gente acaba virando um escravo do trabalho mais cedo ou mais tarde, mas de forma geral as coisas que precisam ser pagas, são pagas e as que realmente importam perdem um pouco do foco. Eu queria muita coisa nessa vida. Eu queria ter um carro, eu queria mudar de casa, eu queria um descanso do chamado, eu queria ter dinheiro pra não depender de ninguém, eu queria gravar o vídeo do meu sogro declamando a mítica prosa de Rui Barbosa roubando galinha, eu queria que acabasse logo o curso, eu queria ser sorteado em alguma coisa grande. Eu queria, eu queria, eu queria. Eu sei que o tempo verbal está errado, mas a maioria das coisas eu tenho ou fiz. Sabe o que eu descobri? Nada disso tem preço, são coisas únicas que se não tem a devida atenção evaporam e se vão. Mas espera aí: Ter um carro evapora? Claro! Dê mole e não se planeje para você ver se ele não evapora junto com o teu crédito na praça!
De vez em quando eu tenho medo de não dar o peso, ou chame de valor se quiser, real as coisas. Por exemplo ter um carro nunca foi, e não é, uma prioridade na minha vida, mas ele me seria tão útil... Em especial agora pra ajudar mais e melhor meu sogro que não está nada bem. Dói quando eu pago o meu aluguel, mas quer saber? Vale cada centavo que sai do bolso! É impagável chegar em casa e meu coelho me olhar com cara de sapeca e correr atrás do meu pé e depois quando ele finalmente fica calmo, deita perto pra gente fazer carinho nele.
Sei lá, nesses 9 meses desempregado eu aprendi, vi, vivi, morri, desesperei, me alegrei, chorei, gritei, corri, andei, desanimei, suei, briguei, bati, abri, sorri, passei raiva, e no fim sabe o que eu descobri? É minha vida. Eu não sou espectador dela, eu sou o ator principal. Coisas vem e vão, pessoas não. Se o Senhor me deu força, por que não usá-la? Se me deu inteligência, por que não? Se me deu dinheiro, por que não? Se me ensinou uma coisa, por que não?
Eu descobri. E no fundo acabei me achando de novo também.  Ainda bem.