Nasci em Petrópolis, cidade da região serrana do Rio de Janeiro e me orgulho muito disso. Amo de paixão louca, e quero eu que seja infindável, a cidade que dá nome ao estado. Grandes cidades no mundo têm apelidos carinhosos. Paris com sua beleza encantadora é chamada de Cidade Luz. Nova Iorque por Big Apple. São Paulo, pelo menos pelos brasileiros, Cidade que não Pára. Mas a Cidade Maravilhosa é o Rio. Juntando todas as outras, que são fantásticas (mesmo eu confessamente não gostando de Sampa) o Rio é a única Cidade Maravilhosa. O Rio é o único lugar com tantas belezas naturais que embelezam a vista, que foram necessárias poucas obras para embelezar mais ainda. Uma cidade que mistura a riqueza extrema dos milionários da Barra com a pobreza quase que absoluta dos meninos da Candelária. Cidade de mulheres lindas na praia em todos os dias de sol e de gente comum que enfrenta o metrô com ligação com o ônibus todo dia faça sol ou faça chuva. Mas pra infelicidade do mundo, não é e acho que nunca foi exclusividade dos brasileiros, a “Cidade Maravilhosa Coração do meu Brasil”, também é a “Cidade Maravilhosa da pistola e do fuzil”.
Ontem aquela barbárie assustou o mundo. POR QUÊ? Por que crianças, em especial meninas? Por que às 8 da manhã? Por que não só se matar pra dar fim ao seu sofrimento? Esse desclassificado (chama-lo por qualquer outra coisa ainda não é possível) na carta de “despedida” dele disse que queria que um servo de Deus orasse no túmulo dele para que ele fosse perdoado dos seus pecados. Eu tenho certeza de uma coisa: Esse cara vai ser recebido com fogos no inferno! E sinceramente espero que nem o Diabo tenha piedade dele, se é que o opositor tem piedade. “Ah, ele tinha problemas mentais” podem justificar, mas levava uma vida bem regrada, diga-se de passagem. Era inteligente o suficiente para destruir todas as possíveis provas contra ele, mesmo já tendo planejado a própria morte. São o suficiente para trabalhar por algum tempo em um almoxarifado de uma empresa. E frio o suficiente pra escolher a dedo (no uni-duni-tê) quem ele queria matar. Eu vi um vídeo ontem de um cinegrafista amador chegando à escola junto com o policial que deu dois tiros nele. Pânico é a palavra mais simples pra descrever o que ele mostra no vídeo. Adolescentes saindo correndo de dentro da escola sujos de sangue, e não eram duas três gotinhas não, era a camisa inteira! Nos vídeos internos mostra que esse calhorda teve tempo pra escolher, matar, sair da sala, recarregar as armas, entrar na sala, escolher mais vítimas e assim por diante.
Quem vamos culpar dessa vez? A Policia? Acho que não dá. O governo que não coloca um segurança na porta das escolas? Olha eu acho que país nenhum no mundo tem isso. Um detector de metal na porta? Venhamos e convenhamos que equipamento nenhum funciona tão bem quanto a perícia humana. Então a culpa é dos pais adotivos do assassino? Também acho que não porque ele chegou a ter acompanhamento psicológico, foi pouco, mas teve. Culpa dos vendedores de armas? Não também, eram ambas ilegais. Culpa da internet que ensinou ele a atirar? É... Quem sabe talvez... Não existe um culpado, nem um conjunto desses. O cara fez o que fez e pronto. Investigar os motivos vai ser só pros pais das crianças não ficarem ao léu, terem alguma coisa de concreto com o que reclamar.
Será que ainda pode-se confiar nas pessoas? Pra nossa felicidade sim! Exemplos? O sargento da policia militar que ganha um “nada” a mais que eu pra se expor ao perigo, foi lá e deu um fim à tragédia. No lugar desse sargento eu teria sentado o dedo no indivíduo, enchido ele de “azeitona”, uma pra cada criança morta, pra cada cartucho no chão, uma pra cada grito desesperado. Mas era o policial que virou herói e não eu. Outro exemplo? Anteontem estávamos eu e a Lari esperando o ônibus e veio um senhor em cima de uma bicicleta oferecendo pão feito em casa com uma cara tão boa... Compramos. O troco deu 3 reais. Só que a Lari deu uma nota de vinte que eu achei que era uma de dez (sou cego, tava escuro, o ônibus tinha acabado de parar então eu nem prestei atenção). Eu já tinha virado as costas pra entrar no ônibus ignorando a possibilidade de estar errado o troco, e a Lari também não tinha percebido o erro, o senhor saiu atrás de mim e disse: “Mas ta faltando troco! O que é seu é seu e o que é meu é meu!” e devolveu os dez reais que faltavam. Ele poderia ter lucrado 10 reais fácil fácil! Mas não ele decidiu ser honesto e devolver o que não era dele. E ganhou mais um cliente com isso, se eu encontra-lo novamente.
A despeito de todo mal que o bicho homem pode fazer, sim ainda podemos confiar em outras pessoas que não você mesmo.
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