sexta-feira, 8 de abril de 2011

Existe esperança

Nasci em Petrópolis, cidade da região serrana do Rio de Janeiro e me orgulho muito disso. Amo de paixão louca, e quero eu que seja infindável, a cidade que dá nome ao estado. Grandes cidades no mundo têm apelidos carinhosos. Paris com sua beleza encantadora é chamada de Cidade Luz. Nova Iorque por Big Apple. São Paulo, pelo menos pelos brasileiros, Cidade que não Pára. Mas a Cidade Maravilhosa é o Rio. Juntando todas as outras, que são fantásticas (mesmo eu confessamente não gostando de Sampa) o Rio é a única Cidade Maravilhosa. O Rio é o único lugar com tantas belezas naturais que embelezam a vista, que foram necessárias poucas obras para embelezar mais ainda. Uma cidade que mistura a riqueza extrema dos milionários da Barra com a pobreza quase que absoluta dos meninos da Candelária. Cidade de mulheres lindas na praia em todos os dias de sol e de gente comum que enfrenta o metrô com ligação com o ônibus todo dia faça sol ou faça chuva. Mas pra infelicidade do mundo, não é e acho que nunca foi exclusividade dos brasileiros, a “Cidade Maravilhosa Coração do meu Brasil”, também é a “Cidade Maravilhosa da pistola e do fuzil”.

Ontem aquela barbárie assustou o mundo. POR QUÊ? Por que crianças, em especial meninas? Por que às 8 da manhã? Por que não só se matar pra dar fim ao seu sofrimento? Esse desclassificado (chama-lo por qualquer outra coisa ainda não é possível) na carta de “despedida” dele disse que queria que um servo de Deus orasse no túmulo dele para que ele fosse perdoado dos seus pecados. Eu tenho certeza de uma coisa: Esse cara vai ser recebido com fogos no inferno! E sinceramente espero que nem o Diabo tenha piedade dele, se é que o opositor tem piedade. “Ah, ele tinha problemas mentais” podem justificar, mas levava uma vida bem regrada, diga-se de passagem. Era inteligente o suficiente para destruir todas as possíveis provas contra ele, mesmo já tendo planejado a própria morte. São o suficiente para trabalhar por algum tempo em um almoxarifado de uma empresa. E frio o suficiente pra escolher a dedo (no uni-duni-tê) quem ele queria matar. Eu vi um vídeo ontem de um cinegrafista amador chegando à escola junto com o policial que deu dois tiros nele. Pânico é a palavra mais simples pra descrever o que ele mostra no vídeo. Adolescentes saindo correndo de dentro da escola sujos de sangue, e não eram duas três gotinhas não, era a camisa inteira! Nos vídeos internos mostra que esse calhorda teve tempo pra escolher, matar, sair da sala, recarregar as armas, entrar na sala, escolher mais vítimas e assim por diante.
Quem vamos culpar dessa vez?  A Policia? Acho que não dá. O governo que não coloca um segurança na porta das escolas? Olha eu acho que país nenhum no mundo tem isso. Um detector de metal na porta? Venhamos e convenhamos que equipamento nenhum funciona tão bem quanto a perícia humana. Então a culpa é dos pais adotivos do assassino? Também acho que não porque ele chegou a ter acompanhamento psicológico, foi pouco, mas teve. Culpa dos vendedores de armas? Não também, eram ambas ilegais. Culpa da internet que ensinou ele a atirar? É... Quem sabe talvez... Não existe um culpado, nem um conjunto desses. O cara fez o que fez e pronto. Investigar os motivos vai ser só pros pais das crianças não ficarem ao léu, terem alguma coisa de concreto com o que reclamar.

Será que ainda pode-se confiar nas pessoas? Pra nossa felicidade sim! Exemplos? O sargento da policia militar que ganha um “nada” a mais que eu pra se expor ao perigo, foi lá e deu um fim à tragédia. No lugar desse sargento eu teria sentado o dedo no indivíduo, enchido ele de “azeitona”, uma pra cada criança morta, pra cada cartucho no chão, uma pra cada grito desesperado. Mas era o policial que virou herói e não eu. Outro exemplo? Anteontem estávamos eu e a Lari esperando o ônibus e veio um senhor em cima de uma bicicleta oferecendo pão feito em casa com uma cara tão boa... Compramos. O troco deu 3 reais. Só que a Lari deu uma nota de vinte que eu achei que era uma de dez (sou cego, tava escuro, o ônibus tinha acabado de parar então eu nem prestei atenção). Eu já tinha virado as costas pra entrar no ônibus ignorando a possibilidade de estar errado o troco, e a Lari também não tinha percebido o erro, o senhor saiu atrás de mim e disse: “Mas ta faltando troco! O que é seu é seu e o que é meu é meu!” e devolveu os dez reais que faltavam. Ele poderia ter lucrado 10 reais fácil fácil! Mas não ele decidiu ser honesto e devolver o que não era dele. E ganhou mais um cliente com isso, se eu encontra-lo novamente.

A despeito de todo mal que o bicho homem pode fazer, sim ainda podemos confiar em outras pessoas que não você mesmo.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Confesso....

Esse é tipo de post que é escrito só pra externar algo, se não tiver quem leia tanto melhor.

Eu admito que estou viciado em Coca (a pretinha). Estou no trabalho, fingindo que trabalho para fingirem que me pagam, e vem a idéia: Vamos tomar uma Coquinha bem geladinha e comer um Bono?! Nunca me imaginei saido pra comprar Coca pra mim! E mais ainda, virando os olhinhos depois do primeiro gole....

Ai, ai.... Eu confesso que estou viciado!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Ah, o carnaval!

Saudações Azuis e Brancas aos torcedores da Beija-Flor de Nilópolis! Mangueirense de coração que sou presto minha singela e frugal homenagem à maior campeã do melhor carnaval.
Momentos carnavalescos à parte vamos falar do período..... Bicho do céu! Eu nunca vi um carnaval durar tanto tempo! Desde que eu tenho 10 ou 11 anos eu vou a acampamentos ou coisas do gênero no período do carnaval, pelo menos pra mim isso faz parte da minha rotina anual. Em todos os anos antes de fazer 20 anos eu fui só pra me divertir, jogava bola, caia na piscina, comia até passar mal, azarava as novinhas e por aí vai. Mas como diz a minha chefe " As coisas mudam depois que você faz 18. ainda mais pra mim que já passei dos 21...", depois de velho as coisas mudaram. Dessa vez eu fui pra tomar conta. Era tudo o que eu mais queria na vida e precisava também! Imagine só o paraíso de você ajudar a cuidar de 100 adolescentes entre 12 e 18 anos! Rejuvenescedor! O melhor de tudo: Sabe qual era minha obrigação com eles? Nenhuma! Eu era única e exclusivamente voluntário! A patroa ( ou dona encrenca como preferir) pediu pra eu ir junto com ela, por que ela sim tinha obrigações a cumprir. Bom marido que sou fui, afinal de contas o que eu ia perder além de um cadinho de paciência e uns fios de cabelos a mais?! Ou será uns fios de cabelos à menos?! Ah, não importa agora. Lá fomos nós para o bendito CONJET 2011. E claro anormal como só eu não podia ir com todo mundo, ainda fui fazer uma dedetização (pelo menos entrou algum!). Consegui uma carona até o local (escondido no meio de Almirante Tamandaré) e cheguei depois do almoço, ainda bem que já tinha comido. Mal cheguei e a digníssima já me contou que um piá muito do marrento (e é só marra mesmo por que ele num pode é nada) arrumou confusão com ela, xingou ela, quase bateu nela. Se não conhecesse meu eleitorado teria ficado preocupado com o acontecido, mas conhecendo bem ela já tinha percebido que se ele tivesse inventado de fazer alguma coisa contra ela, fisicamente falando, quem se daria mal seria ele! O bracinho pesado que ela tem! Eu fiquei meio bolado foi com a atitude de quem deveria ter "retalhado" o muleque e no fim só passou a mão na cabeça dele.... Mas vai ver que é por isso que EU não sou quem deveria ter "retalhado' ele.
É sério, de onde a mulecada tira tanta energia?! Tá certo que eles comem pacas (eu como também) e domem que nem uma pedra (eu também), mas não tem explicação fisiológica pra tanta energia junta! No sábado eu só fiquei jogando sinuca, umas 2 horas mais ou menos, e mal me aguentava em pé! Ele jogaram bola, gritaram, correram, pularam, cantaram, brigaram e era meia noite eles ainda estavam querendo arrumar confusão! No domingo outro dia agitado e eles ainda tinham energia! Inventaram de fazer uma serenata pras garotas depois da meia noite e foram! E ainda arrumaram mais confusão do lado deles depois disso! Segunda , depois de tudo o que eles fizeram durante o dia, que eu fiquei cansado só de ver, ainda conseguiram energia pra tocar o baile até as duas da matina da terça! Bem pelo menos na terça parecia que ninguém queria levantar, finalmente a bateria tinha acabado.... Olha se eu que não tinha obrigação nenhuma, não fiz muita coisa, já fiquei cansado, imagine quem tava ajudando de verdade?
Eram 15 horas da terça-feira quando finalmente disseram as palavras mágicas: "Vamos embora"... Tudo o que eu mais queria naquele dia era o meu coelho, tomar um banho decente, sem pisar na lama depois de estar limpinho, tomar uns dois litros de coca e comer uma pizza! Uma não duas! Depois de muita enrrolação pra colocar as coisas dentro do ônibus finalmente fomos embora.... E a mulecada não parava de pagodear! Incrível!

Fato interessante da segunda-feira: Geral que conhece a Lari sabe que ela é viciada em Coca, isso já não é nenhuma surpresa. Mas o que pouca gente sabe é que eu to ficando viciado também. "Ficando" não, "estou"! Desde sábado ela não parava de falar em comprar Coca, que tinha que procurar um mercadinho por perto pra alimentar o vício e por aí vai. Só que nem no sábado nem no domingo deu certo de arrumar Coca. Na segunda num ato desesperado, digno de viciados, fomos atrás de um "ponto de venda" e nada.... Imagine a cara de frustração da criança quando soube que ela não ia beber Coca?! Dava dó de ver! Mas num ato mais avassalador ainda pedimos ajuda a um amigo que tem carro e que melhor ainda conhece muito bem a região. Fomos em quatro indivíduos ao "ponto de venda" do nosso vício.... Tenho que admitir ( e espero não apanhar em casa por ter admitido isso só hoje) quando eu vi a geladeira da Coca meu coração até deu uma batucadinha de escola de samba, sem contar a lagrima furtiva de emoção que rolou pelo canto do olho esquerdo. Foi lindo! Quatro indivíduos velhos, três barbados e uma jovem senhora, revirando os olhos de prazer, diria eu semi-sexual, degustando o "liquido negro do capitalismo Ianke". Foi lindo! Nunca vi 4 litros de Coca-Cola acabarem e 15 minutos só com 4 pessoas. Na volta pro acampamento o pessoal dentro do carro tava até mais leve! Isso sem contar que ainda levamos um pequeno contrabando pra dentro do acampamento.... O vício acaba com a pessoa mesmo!

Foi uma carnaval dos mais longos que eu já tive na minha vida, mas valeu à pena cada segundo sem coca, cada corte no rosto das boladas do futsalzinho, cada picada de murissoca. Afinal de contas folga é folga!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Não derruba o véio!

A pior coisa de se estar ficando velho é: Estar ficando velho. Não tem nada pior que isso (nossa! que grande constatação... consegui descobrir isso sozinho... eu acho). Eu to caminhando pro meu primeiro quarto de século e quando eu pensei nisso pela primeira vez me dei conta que era tempo pra caramba! Esse ano, em julho, faz uma década que eu conheço a Larissa, e uma década que sou apaixonado por ela... Como é que isso aconteceu? Ainda ontem eu tinha acabado de fazer 16... Ta bem, anteontem, por que também já faz quase uma década! Num faz nem 2 meses que a missão acabou! O casamento eu já não posso afirmar muita coisa por que desde o primeiro dia parece que a gente é casado a 15 anos, então não conta muito. Ainda ontem de noite eu tava saindo da Cruz Vermelha, e indo pra ALL. Hoje de manhã que tudo mudou e eu cheguei no Union.... Caraca! Coisa de louco esse treco que o bicho homem inventou de contar o tempo. Não serve pra nada, por que contando ou não é a gente piscar que lá se vai ele, e pra não voltar mais. Tá, injustiça minha dizer que não serve pra nada quando serve pra me mostrar que to ficando velho.
Esse sábado que passou a gente foi convidado pra ir numa festa de um piá de 17 anos. A Lari e eu somos muito diferentes. Ela gosta de sair, eu prefiro ficar em casa. Ela gosta de dançar, eu não sou um pé-de-valsa e o que eu danço ela não dança, mas sem levar em consideração esses pequenos detalhes lá fomos nós atravessar o pátio de casa, por que a festa era do vizinho, motivo de zuação até agora o fato da volta pra casa ter sido tão rápida, por que era só abrir o portão. E, de novo, eu to ficando velho. Primeiro que na minha época de 17 anos a molecada não se preocupava tanto em beber que beijar na boca era secundário. O pessoal tava tão ruim, mas tão ruim, que quando a gente chegou tinha uma sendo rebocada, pelos pais, pra casa por que bebeu demais e ela tomava tarja preta (na minha época quem tomava tarja preta ou era velho ou tinha algum problema realmente sério que impedia a pessoa de fazer qualquer coisa, inclusive ir numa festa). A gente tava do lado de fora do portão e a vizinha, que por acaso é minha Senhoria, veio receber a gente, um cadinho alterada.... Do lado de dentro só molecada bêbada, sem se pegando tavam, tinham um ou outro, mas eram um ou outro mesmo! Como não bebo, ir nesse tipo de festa significa o que? Comer! O que os bêbado não comem eu me encarrego! E a dona encrenca não fica nadinha perdida por que ela come também, se bem que nesse dia ela não comeu quase nada. Mas comi só uns dois sandubas, umas coxinhas, e uns três copos de coca, por que eu to ficando velho e esse tipo de coisa me faz mal agora. Os funks hoje em dia são só sexo, mais nada. Cada dia mais explicitos e sem conteúdo (bem nunca tiveram muito conteúdo mas pelo menos falavam de alguma coisa). Acho até que o nome do tipo musical deveria mudar de “funk” para “fuc*$”, não ia fazer diferença nenhuma pelo menos no Brasil. Mas a grande sacada da noite foi uma hora que um menino, que devia pesar uns 50 quilos de tão magro, esbarrou na Lari, e quase derrubou ela! Mais que depressa ela pensou no que o pai dela sempre fala: ‘ Não derruba o véio” e falou.... Fora da situação não faz tanto sentido, mas além de muito engraçado faz todo o sentido. Eu to velho o suficiente pra achar que 17 faz tanto tempo que talvez eu nem me lembre mais como foi....
É.... Não derruba o véio!